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quarta-feira, 27 de abril de 2011

O grande gargalo das cidades: egoísmo da população. Um pouco de anarquia e desobediência civil não faz mal a ninguém


Vi uma reportagem hoje na televisão que apenas confirmou que a minha raiva contra a população paulista é correta.
Uma advogada, que há 12 anos não entrava em um transporte público, resolveu  (obrigada pela reportagem) a deixar o carro em casa e ir de ônibus para o local de seu labor. Detalhe, esta pequena mulher anda todos os dias por São Paulo com um Touareg, sabe aquele carro que ocupa duas faixas na marginal? Então...

Ela demorou apenas 1h28min para chegar ao trabalho e não pegou nem ônibus abarrotado, nem metrô lotado de encoxadores. Perguntado se ela iria agora de coletivo, a reposta foi tristemente sincera, não.
Ah, importante comentar que na visão dela as faixas exclusivas de ônibus “roubaram” um espaço que deveria ser dela, senhora volante.

Agora toda essa introdução é para algo muito simples, como adoramos reclamar e, no final das contas, fazer porcaria nenhuma para mudar a situação. Somos um núcleo desorganizado de egoístas perambulando em um resmungante mundo decadente.

A gasolina está quase 3 reais, então o que fazemos? Ficamos tagarelando com o som alto dentro de nossos carros. "O Governo, mas o Estado"... Blah.
Se está tão revoltado assim, deixe o carro em casa e vá de transporte público, ou melhor, compre uma bicicleta.

Tome uma atitude efetiva, deixe esse motor movido a poluição em casa como forma de protesto. Economia simples, quanto mais produto e menos gente comprando, mais barato ele fica.
Contudo isso ninguém faz, afinal queremos que os outros deixem seus automóveis em casa para nós podermos andar sozinhos e felizes em nossas carangas.

Prefere não acreditar que um ato como este pode dar certo? Então procure pelo nome Rosa Parks e aprenda alguma coisa sobre desobediência civil.
"Ah, mas o ônibus também aumentou" diria aquela pessoa que se trata através do auto-engano. Vou dar um exemplo pessoal.

Do local em que moro até aonde trabalho, são 21km. Com o carro que eu costumava ter, gastava com combustível em torno de 12 reais por dia. Tempo médio, 1h10min.
De coletivo, gasto R$5,80 em mais ou menos 1h30min. São apenas 10 minutos de diferença, contudo é um metade do valor. E ainda não terei que trocar o óleo, pneus, filtros e, em caso de assalto, perco um bilhete único, e não 30 mil reais.

Sim, eu sei que você está torcendo para os outros fazerem isso para você poder aproveitar melhor o seu carro. Mas se Jesus acreditou na humanidade então eu guardo uma reserva de esperança.



Vivemos em um país democrático, a responsabilidade da mudança deve ser assumida e compartilhada pelo povo, entretanto na nossa divisão mental e mesquinha seja direito para mim, deveres para eles.
Precisamos de um um pouco mais de anarquia em nossos cidadãos nem que seja injetada, inalada, tomada ou em forma de patches.

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