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segunda-feira, 8 de março de 2010

Inspeção Veicular, Quem Ganha e Quem Perde com Ela?

Repotagem minha publicada na Revista Mercado Automotivo edição 185.
Para link direto entre aqui.

Inspeção Veicular, Quem Ganha e Quem Perde com Ela?
Após um ano de Inspeção Veicular Ambiental, a Revista Mercado Automotivo
faz um balanço sobre o impacto da vistoria no setor automotivo



Com um ano da Lei nº 14.717/08 em vigor, conhecida como Inspeção Veicular Ambiental (IVA), a Mercado Automotivo resolveu fazer um balanço de quem ganha e quem perde com essa legislação sob o ângulo daqueles afetados por ela: consumidores, reparadores e produtores do setor. A inspeção surgiu da preocupação com as emissões de gases causadas pelos veículos da cidade de São Paulo e ainda como uma forma de diminuir o número de automóveis que quebram no trânsito da capital.

Para a vistoria de 2010, algumas alterações foram necessárias, como a fiscalização dos veículos fabricados antes de 2003. Isso representa em números mais de 6,55 milhões de veículos leves e pesados sendo inspecionados pela Controlar, empresa responsável por todo o processo. As motos também passarão por avaliação.

A maior mudança, pelo menos em nível de controvérsia entre os motoristas, é a não devolução da taxa, além disso, o valor que era de R$ 52,73 foi fixado este ano em R$ 56,44.

Quem tem a perder
Os usuários privados são os maiores prejudicados com a nova legislação. Francisco Morgado, sócio da Est-3 Comunicação, elogiou a agilidade com que foi feita a vistoria, entretanto fez uma importante ressalva: “Foi rápida, mas para mim é só mais uma forma de arrecadar dinheiro”. Embora concorde que a manutenção deva ser constante, não mudou seus hábitos em relação à prevenção, “sempre fico atento às trocas de óleo e outras coisas, mas não foi por causa da imposição da lei”.

Ricardo Sanchez, profissional liberal e dono tanto de moto quanto de carro, foi mais rígido em suas críticas: “É claramente um imposto. Acho interessante se preocuparem com a manutenção dos veículos, mas enquanto não houver melhores condições para a compra de caminhões novos, por exemplo, não vai adiantar nada. Na hora de recolher somos um país de primeiro mundo, na hora de dar o retorno, voltamos a ser de terceiro”.

E ele está certo. Além dele, mais outras quatro pessoas ouvidas confirmaram não terem ainda recebido a devolução. Diego Teixeira, analista, conseguiu a restituição e lembra que a espera foi longa. A demora no ressarcimento e a vistoria “seletiva” de 2009 só corroboram com a visão dos usuários de mais uma taxação ao contribuinte bom pagador. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) faz questão de confirmar as suspeitas, pois veículos que não foram inspecionados e estão irregulares ganharão um “desconto” de R$ 8,55. Quem levou o carro no ano passado, pagou um valor total de R$ 109,17 (sem a devolução) enquanto quem preferiu esperar mais um ano pagará R$ 100,62, composto de multa de R$ 44,18 mais os R$ 56,44 de 2010. Sem contar a economia de tempo por não terem ido ao posto da Controlar em 2009. Um belo incentivo ao descumprimento da lei e um desrespeito para com o cidadão que faz tudo de acordo com as regras.

Ricardo Sanchez ainda denuncia que alguns usuários modificam as motos somente para fazer a inspeção, com isso elas passam, porém continuarão poluindo da mesma maneira, provando que a intenção da lei de melhorar o ar pode ser ineficaz. “Os usuários colocam gasolina Podium e efetuam a troca do giclê que altera o rendimento deixando a moto com níveis de poluição mais baixos. Após passarem, voltam no reparador e colocam a peça original.”

Outro problema enfrentado por ele foi o agendamento on-line para o veículo leve. “Eu colocava os números do Renavam e a opção de prosseguir não acontecia. Liguei lá e consegui marcar a vistoria pelo telefone.”

O número no site da empresa, o SAC 3545-6868, quando ligado pelo repórter deu como fora do ar. Após outra tentativa em dia diferente o sistema estava normalizado. As reclamações de agendamento já vêm desde janeiro de 2009 quando o site estava com problemas e o SAC não possuía a opção de marcar a Inspeção, tornando-se uma dor de cabeça para os motoristas que tentavam se regularizar.

Quem ganha
As reclamações sobre o programa ficam por conta dos motoristas sobretudo no ponto de agendamento e da cobrança de “mais um imposto disfarçado”, mas para os demais influenciados pela lei há muitos elogios.

O Grupo de Manutenção Automotiva (GMA) é plenamente a favor da IVA não só para a proteção ambiental, mas também para salvar vidas, pregando a observância da manutenção preventiva mesmo em cidades sem leis específicas.

Em outubro de 2009, o GMA entrou com um projeto no Congresso Nacional para a criação de uma lei de Inspeção Técnica em todo o País. O intuito é fazer a fiscalização dos sistemas de segurança que, segundo Antônio Carlos Bento, diretor e conselheiro do Sindipeças e coordenador do GMA, diminuirá o número de acidentes em até 30%.

O Grupo, através do Sindirepa-SP e a pedido da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), certificou as oficinas que estão aptas a realizar a pré e a pós-inspeção com utilização do “analisador de quatro gases” que medem a emissão de poluentes.

Segundo Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP: “A Secretaria recebeu muitas reclamações de usuários po não fornecer uma lista de reparadores preparados, então entrou em contato conosco que fizemos o serviço. O resultado são mais de 250 oficinas credenciadas e que podem ser consultadas em nosso site”.

Em relação às vendas, Francisco De La Torre, presidente do Sincopeças, vê boas perspectivas para o varejo com um aumento esperado de 3% no faturamento gerando por volta de 494,4 milhões de reais em 2010. O presidente do Sincopeças considera importante a verificação da frota e ressalta que “mais itens deveriam ser vistoriados, expandindo a inspeção para a parte de segurança, como o sistema de direção, freios, suspensão, pneus e rodas”. Para setores que trabalham com a venda e manutenção dos sistemas de exaustão e de alimentação a expectativa é de crescimento em até 20%, de acordo com dados do Sindirepa SP.

Christiano Menezes, da CheckMotor, uma das oficinas registradas pelo GMA, diz que gradualmente está aumentando a busca pela pré-inspeção, “como os veículos mais antigos só serão verificados agora, acreditamos em um crescimento maior em 2010”. Mas ele não sentiu uma mudança na visão do consumidor, que continua a fazer a manutenção corretiva: “A procura ainda é grande daqueles que esperam quebrar. E muitos fazem a revisão somente para a inspeção”.

Já Carlos Eduardo da Silva, reparador a mais de 35 anos, fala com um sorriso no rosto sobre o aumento na demanda: “As minhas vendas estão em média 30% acima do que eram antes”.

O mecânico salienta que com a obrigação da inspeção muitos motoristas estão cuidadosos, “agora eles estão mais preocupados em seguir as datas das trocas de óleo e filtro pelo menos”.

Único viés colocado por Carlos é o nível de exigência para os veículos pesados. Segundo ele, a vigilância está muito forte sobre caminhões que no dia a dia não conseguirão manter o padrão: “Caminhão tem que sair da retífica e ir direto para a inspeção”. Ele dá como exemplo o veículo utilizado pela oficina: “Não temos condições financeiras para poder arrumá-lo para a inspeção, além disso, a frota de caminhões é muito antiga no Brasil, por isso a dificuldade de passarem”.

Impacto no trânsito

Apesar da vistoria ter como uma das frentes diminuir os veículos quebrados na cidade de São Paulo, as estatísticas mostram que o número de automóveis retirados das ruas da capital foram maiores em 2009 do que no ano anterior. No ano passado a média de veículos que atrapalharam o trânsito foi de 12,295 veículos/ mês. Um número de quase mil carros a mais do que em 2008, com 11,475 veículos/mês.

Antônio Carlos Roson, chefe de departamento da CET, explica que não houve diminuição nos números porque a frota antiga não foi inspecionada. “O problema são os mais de um milhão e trezentos mil carros velhos que circulam em regiões fora do centro expandido para evitar as ‘batidas’ de fiscalização. São estes que trazem transtornos, e não os veículos de 2003 para cá.” Acredita também que a IVA foi o primeiro passo, mas que sozinha não será capaz de modificar a situação do trânsito: “Muitos desses carros não pagam IPVA, não fazem licenciamento e andam ilegalmente.

Esses que estão com o para-choque amarrado, sem freios, todo amassado, não levarão seus veículos para fazer a verificação e continuarão atrapalhando”. Antônio coloca como fundamental a adoção de mais medidas junto à lei de Inspeção Ambiental, como o aumento no número de blitz e a implantação de chips nos carros. “Também temos que rever a política do IPVA, carros mais novos deveriam possuir valores mais baratos para incentivar a compra e renovar a frota.”

O balanço

A Inspeção Veicular Ambiental trás um conceito de boa aceitação, afinal todos querem ar e trânsito melhores, além disso caminha para um consenso entre os que participam da cadeia automotiva por gerar um aumento na venda de peças e de serviços.

Entretanto, em seus dois pontos principais, melhoria do ar e redução das quebras no trânsito, a lei mostrou-se ineficiente. O trânsito viu o número de veículos parados crescer no ano passado e quanto ao meio ambiente, uma fiscalização em cima de automotores novos de nada adiantou.

A média de reprovação desses veículos foi de apenas 2% no primeiro trimestre de 2009, uma perda de dinheiro e de tempo para o motorista e que coloca em cheque a intenção do programa. Contudo, podemos aprender com a experiência dos outros países. Nas demais 50 nações do mundo com inspeção, que também é técnica, ao contrário daqui, a verificação iniciase após o quarto ano de uso do veículo, enquanto em São Paulo, após dois. Ou seja, uma inspeção abrangendo maiores itens e que ainda privilegia os veículos antigos que realmente poluem. Além de tudo isso, em países como o Japão o IPVA dos automóveis novos é mais barato para manter a renovação da frota.

Com a fiscalização de todos os veículos em 2010, poderemos ter uma melhor medida dos benefícios ao trânsito e meio ambiente, embora traga uma outra preocupação. Serão em torno de quatro milhões de veículos a mais fazendo a vistoria, o que poderá afetar no tempo de atendimento. É esperar e ver se a Controlar manterá a média de 20 minutos, seu grande trunfo até então.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Que passa?!


Vamos explicar um pouco do que se passa por aqui. Do porquê dessa crise existencial que deixou este blog de política moribundo.
Sou formado pela melhor faculdade de jornalismo do país, morava em São Paulo, estava com até três trabalhos ao mesmo tempo, porém um dia "boom". Tive que refazer uma cirurgia na perna causada por uma pseudoartrose.
Neste mesmo instante, meu pai perdeu emprego, com isso fiquei sem sustentação financeira para ficar em sampa e fui parar em Jundiaí.
Não adiantaria argumentar com Deus de que isso seria um suicídio profissional, com ele, não há conversa.
E agora estou aqui, em um exílio literário, gregário e de ofício mandando currículos para todos os lugares.
Cansei de mandar apenas para jornalismo, que seria meu grande sonho. Na verdade já deixou de ser um sonho para ser uma grande pirraça, quero ser jornalista só de raiva digamos assim.
Enfim, estou procurando empregos através de sites para a área de vendedor. Através de contatos pesssoais e sites em jornalismo e através de um "QI paterno" vislumbro uma entrada timida, mas triunfal no mundo dos propagandistas médicos.
Além da iniciativa privada penso em concurso público. Para alcançar essa meta preciso melhorar muito meus estudos, o que estou fazendo agora, entretanto leva tempo e um ano de minha vida já foi gasto pagando a pena de uma noite divertida (foi em uma noitada que arrebentei a perna).
Ou seja, se você que lê este blog tem vagas para jornalismo, vendedor, propagandista, gogoboy, ou até mesmo bonecão do posto, fale comigo.
Sou um cara muito focado, e por tentar definir que rumo tomar acabo deixando as vias marginais um pouco de lado.
Quando estou bem comigo mesmo e principalmente com a profissão que escolhi para mim, o blog funciona como uma extensão da minha expressão e escrevo nele diariamente.
Quando minha cabeça está preocupada com o meu futuro, com o que será de mim quando essa "roda da fortuna" parar de girar e apontar para algum ramo profissional, este blog visita a obscuridão.
Espero que tenham mais sorte que eu. Não nego que tem sido uma experiência de vida e tanto ficar nessa apreensão, é um trabalho diário de paciência e resiliência. Só que um ano é um saco.
Continuo fazendo alguns freelas espero poder escrever menos da próxima vez, ao invés de ser um "profissional freelancer", ser apenas um "CLT".
Bom dia, boa tarde e boa noite, escolha um pra você.
Abraços.