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segunda-feira, 15 de junho de 2009

O fim do amor se aproxima para Obama



A Lua-de-mel de Obama pelo jeito está chegando ao fim com a classe média norteamericana. Digamos que ele aproveitou a noite e nupcias para fazer a despedida de solteiro.
Ser negro e bem sucedido contou a favor do político em um país controlado por uma classe branca anglosaxonica. São muitos anos de conflito entre as duas “raças” e que agora culmina em um acordo de cavalheiros em que os brancos protestantes admitem que o país não é somente deles.
O fato de Bush ter sido o paradigma dos conceitos norteamericanos ajudou em muito diga-se de passagem.
Barack Hussein Obama, um nome muçulmano, aliás filho de pai islâmico gerou controvérsia no pleito eleitoral e o atual presidente deixou “claro” que não era dessa religião, já que assumir isso seria a ruína. Aceitar um presidente negro é exemplo, um presidente negro e muçulmano é um chute do Roberto Carlos bem no meio das pernas do povo conservador.
Logo ao assumir o comando ele toma uma atitude controversa de fechar a base de Guantanamo, e os americanos se perguntam para onde todo esse pessoal vai, exibe relatórios que comprovam a tortura de presos acusados de terrorismo, 53% da população aceita o uso do método, e indiretamente ataca a instituição que mais gera filmes nacionalistas nos EUA, a CIA.
Até aí tudo bem. Só causou algumas ressacas em uns militaristas aqui, outros republicanos acolás, entretanto tudo dentro do previsto.
Então ele coloca Sotomayor, uma hispânica, como candidata a Suprema Corte de Justiça. Pronto, DEFCON 4 acionado. Começou-se uma mobilização da classe média que viu isso como a gota d'água. Já entregamos o Governo para um negro e ele agora vem com essa de colocar uma latina no poder? Chega, isso é demais para nossos coraçõezinhos conservadores.
Então agora começou uma cruzada contra o que eles chamam de “racismo-inverso” em que os brancos da classe média estão se sentindo massacrados pelo presidente Obama.
Fiquei pasmo ao assistir na Fox News o ardor e a manipulação jornalísticas para tornarem discursos de Sotomayor em “profanações racistas”. Palavras de legítima defesa se tornaram ataques “Acredito que uma mulher hispânica estudada. Pode usar sua inteligência para tomar decisões iguais ou até melhores que os homens brancos”. Essa aspas ditas há quase dez anos virou um mote em que a emissora de televisão e outros conservadores se apegaram para comprovar o racismo de gênero e raça da juíza.
Agora tudo o que Obama fala pode ser e será usado contra ele no tribunal. Em recente visita aos países árabes, o presidente americano anunciou que os EUA não é um país cristão.Ok, como Estado laico até entendo, entretanto o protestantismo, o “In God we trust” mostram o contrário e isso fez um rebuliço com a classe média. Vi a comentarista, saxonica claro, comentar que eles acreditam em Deus, e não, “In Allah we trust” como se Allah fosse um deus completamente diferente...
Claro, Obama ainda solta a pérola de que os EUA é um dos países mais muçulmanos do mundo com 4 ou 5 milhões de seguidores. Lá vem Roberto Carlos. De olho no lance...
Isso foi definitivamente a declaração de guerra e a volta ao apego pelos valores antigos da classe média branca e protestante dos Estados Unidos.
Os americanos não se vêem da forma com que Barack enxerga seu país. A antes abertura de conversa com o mundo agora tornou-se sinônimo de fraqueza, como se o país estivesse pedindo desculpas para o planeta e nas palavras do âncora da Fox: Não entendo por que pedir desculpas se estamos indo lá levar a democracia. Nosso povo morre para protegê-los.
Para o resto da Terra, Barack Obama soa como um sopro de consciência vindo da Casa Branca, contudo para quem mora lá, e era parte de uma maioria, ele mostrou-se um destruidor de valores morais que “sempre deram certo”.
Talvez isso tenha que ocorrer, porém acontece muito rapidamente. Não chegamos nem mesmo ao primeiro ano de mandato. Acredito que Obama precise de um freio e nacionalizar a GM em um país liberal não ajuda em nada nisso.
Vá com calma Obama, ou você entrará para história por um motivo diferente daquele que o senhor pretendia.
Há ratos na cortina Mr. President!

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